Sou toda sentimento. E como sou.
Sou intensa, sou inteira. Mas é verdade, e não da boca pra fora.
Sou tão verdadeira que se necessário me afasto sim, daqueles
que de alguma forma podem “contaminar” a minha vida com sentimentos ruins.
Jamais vou me acostumar com as maneira fútil que muitas
pessoas atualmente costumam lidar com sentimentos e emoções.
Relações onde existe uma entrega seja ela de corpo, ou de
alma, e que na semana seguinte pode simplesmente ser tratada como algo banal.
Sim, banalizaram as emoções. Isso me faz mal.
Tento, juro pra vocês que tento me modernizar. Mas não
consigo. Na verdade acredito que não consigo porque não é isso que quero aqui
dentro do meu coração.
Prefiro ser careta e antiga, mas ser de verdade. Não desperto
em ninguém algo que não esteja sentindo, não crio expectativas que possam se
frustrar.
Acima de desejos e aventuras, e tentativas de julgar
encontros como casuais, existe algo que não me deixa sentir assim. Algo que
para mim é ter respeito com as pessoas. É respeitar o jeito e o sentimento de
cada um, e a confiança que aquela pessoa depositou.
É tão bom quando existe uma entrega verdadeira, quando
aquele encantamento permanece e aumenta, quando o desejo se mistura com a real
vontade e disposição de fazer com que as coisas tenham um rumo. Mas qual rumo
seria esse?
Sinceramente, não tem como saber. Porque as pessoas não se
abrem, não se entregam.
O que muitas pessoas querem é fazer joguinhos. Coisa chata.
Jogo de conquista, mas pra que?
Pra satisfazer o ego, pra mostrar que consegue “pegar mais”?
Honestamente: Acho isso ridículo.
Lamento pensar que em alguns momentos acreditei em pessoas
do tipo. Talvez por momentos de carência, ou até mesmo por essa tentativa de
querer arriscar e modernizar.
Mas não preciso desse tipo de ser humano ao me redor.
Quero gente.
De verdade.
Assim, do jeitinho que eu sou.
Solange Mendonça